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09/06/2015ㅤ Publicado às 19:37

Os boa-vistenses tiveram uma surpresa desagradável nesse início de semana com obras em andamento e a construção de nova estrutura de calçadas entre a avenida Venezuela (trecho da BR 174) com a avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, mais conhecida como “Rotatória do Ibama”.  Quem precisou passar por esse trecho verificou o caos instalado em horários de pico, combinados com o fluxo de carros, motos e demais veículos, sem contar com a disputa dos pedestres para atravessar as vias.

Há um ano a Engenharia de Tráfego substituiu a antiga rotatória de blocos de cimento fixados no asfalto por semáforos quatro tempos. Mas o que era para ser a solução do problema do fluxo exagerado de carros, mais uma vez não surtiu efeito. Agora, mais uma tentativa também contribuiu para as inúmeras filas de veículos à espera do desafogamento do trânsito naquela área. Calçadas foram aumentadas e a pista perdeu espaço. Mas algo que não foi pensado, sem dúvida, foram as soluções para o ir e vir de pedestres.

A jornalista Airlene Carvalho mora a duas quadras do Ibama e ficou irritada quando percebeu o problema. Ela postou em uma rede social que passou mais de 16 minutos para passar pelo local, algo que em Boa Vista chega a ser inusitado. Isso é o reflexo da falta de planejamento de trânsito e o aumento do número de veículos cadastrados no Detran/RR que chega a 177 mil, sem contar com os que circulam ilegalmente.

A vendedora Ana Batista passa pelo local todos os dias e disse que a cada ano percebeu que o tráfego ficou pior. “Fico com medo. Antes de ir para o trabalho tenho que levar meu filho na escola. E com um trânsito desses tenho pavor em pensar em acidentes, sem contar que ando de moto, o que é pior”, desabafou Ana.

Do total divulgado pelo Detran, 50% desses veículos são motocicletas, o que representa maior número também de acidentes em Boa Vista. A arquiteta e urbanista Perpétua Barbosa, presidente em exercício do CAU/RR, esteve no local em horário de maior fluxo e em entrevista à TV Roraima – filiada à Globo observou que além dos problemas com o número de carros que passam por lá, também as calçadas não contemplam a acessibilidade que é garantida por lei aos portadores de necessidades especiais.

“Aqui não há outro jeito. Medidas paliativas não vão resolver o problema instalado no trânsito. As calçadas não estão de acordo com o que determina a lei de acessibilidade. Os arquitetos e urbanistas, ou melhor, o CAU/RR precisa participar como consultor desses projetos urbanos para beneficiar a população”, relatou Perpétua.

A conselheira também destacou que a solução para o problema da Rotatória do Ibama é a construção urgente de um viaduto, pois o local é passagem rumo à Universidade Federal de Roraima (UFRR) encontro dos usuários da via que descem no sentido dos Bairros para o Centro de Boa Vista com os que trafegam na BR 174. Perpétua disse que o CAU/RR quer conversar com a Prefeitura de Boa Vista para tentar a participação mais efetiva do Conselho na construção dos espaços urbanos na capital.

As rotatórias

Elas foram implantadas nos principais cruzamentos da Capital para forçar condutores a respeitar a sinalização de trânsito, numa época em que o número de veículos era menor, o que também não impedia de outros motorista entrar nas rotatórias com velocidade acima do permitido, garantida pelo Código de Trânsito Brasileiro, que é de 20 km/h.

 

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